O surgimento de redes de intervenção especializada é um fenómeno recente, mas que tem vindo a popularizar-se como sendo uma estratégia capaz de romper o isolamento das pessoas e das organizações, de concertar acções e de responder de forma célere e eficaz às necessidades das vítimas.
As organizações não-governamentais, consultores/as jurídicos/as, advogados/as ou outros/as que desejam apoiar pessoas traficadas em pedidos de indemnização, encontram-se frequentemente em situações em que o conhecimento e a perícia são insuficientes para que possam apoiar devidamente os/as seus/suas clientes ou utentes.
Cartaz informativo realizado pela ILGA-Portugal no âmbito do projecto RiiiM
As pessoas lésbicas, gay, bissexuais e transgénero (LGBT) são vítimas ainda mais vulneráveis dos fenómenos de violência (incluindo doméstica) e de tráfico de seres humanos. A violência contra e perseguição de pessoas LGBT é frequentemente causada por preconceito e/ou hostilidade contra pessoas LGBT e a pessoa agressora pode ser familiar da pessoa LGBT, pode actuar sozinha ou pode também atuar em grupo. Verifica-se porém que as vítimas LGBT têm menor propensão a denunciar e/ou a apresentar queixa junto das forças de segurança por razões várias, incluindo a falta de confiança nas forças de segurança e/ou a antecipação de uma atitude negativa; o medo de retaliação por parte d@(s) agressor@(s); a preocupação e receio de eventuais represálias fruto de uma exposição forçada da sua orientação sexual e/ou identidade de género junto da família, amig@s ou no emprego; ou mesmo a aceitação da agressão como sendo algo "natural".
A preocupação de tomar em conta as particularidades de vários grupos da população, como as mulheres ciganas e imigrantes e as pessoas LGBT, levou a que o projecto fosse desenvolvido em parceria com as associações AMUCIP, Casa do Brasil de Lisboa, ILGA Portugal e Solidariedade Imigrante, para além da Câmara Municipal de Odivelas.